Moto clube ao
contrário do que os leigos e desinformados pensam não é um grupo de
motociclistas que se reúnem para lazer e seus integrantes usam nas costas um
brasão por estética! Moto clubes são associações baseadas na Irmandade e
Tradição. Hoje em dia precisamos diferenciar um moto clube das centenas de
grupos populares que existem. Podemos citar como exemplo os "caçadores de
troféus", ou seja, grupos ou pessoas que vestem colete e um brasão
qualquer nas costas sem saber seu real significado apenas para conseguir
lembranças em eventos.
A história do
surgimento dos Moto Clubes é de certa forma complexa, pesquisando em sites e blogs de MC's parceiros (onde extrai esse texto), você encontra
informações que associa esse surgimento, em parte, ao final da guerra onde
ex-militares e pilotos no pós guerra teriam feito da moto o veículo de busca de
adrenalina formando diversos grupos como Pissed de Bastardos,13 Rebels e os
Yellow Jackets, esses da Califórnia. Nessa época já usavam identificação do
grupo e mais tarde foram desenvolvendo os escudos (brasões) que passaram a
defender e adaptavam as regras da hierarquia militar em uma irmandade formada
por cargos eletivos das associações. Sabemos que muito antes disto os
motociclistas já haviam percebido as vantagens de andar em grupo e já existiam
associações que eram entidades sociais de pessoas que andavam de motos. No
Brasil o primeira associação fundada em 1927 foi o Moto Club do Brasil sediado
na Rua Ceará no estado do Rio de Janeiro, alguns anos depois, mais precisamente
em 1932 surgiu o Motoclub de Campos. Lá fora, nesta época (década de trinta)
estavam surgindo moto clubes com tendência mais rígida e muitos acontecimentos
vieram a expor a imagem do motociclista ao ridículo principalmente pela
imprensa sensacionalista da época que acusava os motociclistas de arruaceiros,
desordeiros e outros pormenores e, mais tarde, algumas produções de Hollywood
serviram para incentivar verdadeiros predadores a criarem moto clubes e
constituir verdadeiras gangues, o que fez da década de 50, uma página negra na
história do motociclismo. Aí está o porque do motociclista ainda nos dias de
hoje ser muitas vezes taxado como mal elemento, mas isso está mudando, pena que
ainda somos confundidos com motoqueiros que aparecem em nossos encontros
fazendo arruaças (estouro de escapamento, borrachão com pneu e etc) ou até
mesmo promovem encontros que são na verdade feiras comerciais e nada a tem a
ver com nossos princípios.
Mais tarde, já
na década de 60 as motocicletas voltaram a ser tema de Hollywood com Elvis
Presley, Roustabout e Steve McQueen com A Grande Fuga, uma série de
filmes que chegou ao seu auge com Easy Riders. Finalmente inicia-se a mudança
da imagem do motociclista com o início da fase romântica do motociclismo, que
perdurou até o final da década de 70. Este periodo fixou o motociclista como
ícone de liberdade e resistência para o sistema. No Brasil nessa época surgiu
em São Paulo-SP o Zapata MC (1963) e já no final da década no Rio de Janeiro o
Balaios MC (1969) grupo este que já seguia os novos padrões internacionais e o
princípio de irmandade.
A partir da década de 70 viu-se a implantação de diversos moto
clubes pelo mundo, a maioria já seguindo o princípio de hierarquia e irmandade.
No Brasil a popularização iniciou-se na década de 90, quando diversos fatores
já contribuíam como a disseminação de marcas de motos pelo mundo e a liberação
da importação pelo governo do presidente Collor.
Hoje muita coisa anda desvirtuada, moto clubes são criados a revelia por pessoas que desconhecem a história e sequer sabem o significado de um brasão e muito menos seguem o princípio de irmandade. Os moto clubes autênticos são forçados a criar campanhas para evitar abusos e coibir arruaceiros em seus eventos, em contrapartida a cada dia são criados novos eventos que nada têm a ver com as tradições, na verdade são eventos que enriquecem empresários que aproveitam da popularidade para atrair admiradores de motos, já que os motociclistas autênticos passam longe...
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